Encontro pré COP30 posiciona o etanol e outros combustíveis como solução global para o clima

A experiência brasileira com o etanol, as estratégias  do setor para a COP30 e a participação do setor de biocombustíveis na transição energética foram destaque no evento “Etanol & COP30: Liderança Brasileira Energética Global”, realizado nesta sexta-feira, 3, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA). Promovido pela Bioenergia Brasil, FIEPA, Jornada COP+ e Sindicanálcool Bioenergia, o encontro reuniu especialistas, lideranças do setor e autoridades para debater os benefícios globais do etanol e sua relevância na transição energética global. A programação também contou com assinatura de termo de cooperação entre a FIEPA e o Governo do Pará e lançamento de carta com compromissos do setor para a agenda climática.

 

O país é reconhecido como referência internacional na produção e no uso sustentável do biocombustível. Alex Carvalho, presidente da FIEPA e da Jornada COP+, destacou que a bioenergia e outros segmentos produtivos são fundamentais para o futuro da região. “Esse segmento de bioenergia, e tantos outros que nós temos são parte de uma solução e de uma contribuição importante para o desenvolvimento do nosso país. Temos a clara percepção de que precisamos afugentar dois extremos: o do negacionismo que quer dilapidar a nossa biodiversidade e o do ativismo ambiental exacerbado, incapaz de abrir concessões para que haja a capacidade de se realizar na prática o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

 

Termo de cooperação

Durante a programação, o secretário e Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Paulo Bengtson, representando o Governo do Pará, assinou Termo de Cooperação Técnica com a FIEPA para a elaboração do Atlas da Energia Elétrica. Entrega da Jornada COP+, o  plano de trabalho quer fortalecer o setor energético paraense, a partir da cooperação institucional entre Governo do Pará e Federação das Indústrias. “Trabalhar com a ciência de dados, com o conhecimento é fundamental para as políticas públicas e construção dinâmica e coletiva de um desenvolvimento sustentável”, destacou Alex Carvalho durante a assinatura.

 

Em painel sobre as estratégias para a COP30, pesquisadores e especialistas discutiram o contexto geopolítico para o debate climático e qual deve ser o papel do setor de biocombustíveis do Brasil.

 

A pesquisadora sênior da Agroicone, Luciane Chiodi, destacou a união do setor de etanol e o fortalecimento de diferentes fontes de produção do biocombustível. “É preciso mostrar que existem no país fontes complementares e a COP aqui no Brasil é um momento importante para reafirmar o papel do país na transição energética como líder”. Ela ainda abordou a possibilidade do uso de áreas de pastagem degradadas para essa produção. “Podemos expandir a oferta sem gerar desmatamento e sem comprometer os usos para outros setores, como exportação ou alimentação humana e animal. A indústria do etanol gera renda e emprego e, com isso, em vez de impactar negativamente, produzimos um impacto positivo”, refletiu.

Reunindo representantes do setor privado, o último painel do encontro discutiu o papel das empresas na transição energética.

 

Rubiane Jacobowsky, coordenadora corporativa de sustentabilidade na FS Fueling Sustainability, destacou que os debates do setor precisam ultrapassar as fronteiras da própria indústria e estar alinhados às metas internacionais de clima. “Ao falar de bioenergia com captura de CO₂, tratamos de tecnologias essenciais para a descarbonização e para o cumprimento das diretrizes do Acordo de Paris, alcançando a meta de neutralidade de emissões até 2050 e limitando o aquecimento global bem abaixo de 2°C. Mas só a descarbonização não será suficiente. É necessário investir em tecnologias de captura e armazenamento de carbono”, ressaltou.

Carta  Belém

 

Ao final do evento, as entidades organizadoras do encontro apresentaram a Carta Belém, documento que reafirma o etanol como parte essencial da solução climática global e o compromisso do setor para uma transição energética justa.

 

Fonte: Fiepa

Foto: Gecom/Fiepa