ENDOMETRIOSE: doença afeta mais de 7 milhões de mulheres brasileiras

 

Imagine conviver com dores fortes todos os meses, que podem se agravar até se tornarem incapacitantes. É assim que vivem cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, que sofrem com a endometriose. Estima-se que, em todo o mundo, a endometriose afete cerca de 200 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil.

Trata-se de uma doença crônica, de evolução lenta, que acontece quando o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Para conscientizar a população da importância do diagnóstico para controle dos sintomas, a data 7 de maio é o Dia Internacional de Luta contra a Endometriose.

No início, os sintomas são discretos. Por isso, é comum a mulher não procurar ajuda. A doença provoca um processo inflamatório que pode levar anos até que os sintomas se agravem e se tornem evidentes. Por essa característica, o diagnóstico da endometriose pode demorar de 7 a 10 anos no Brasil.

A endometriose pode ter um efeito devastador na qualidade de vida. Além disso, é uma condição de longo prazo e pode afetar mulheres de qualquer idade, em especial, entre 25-40 anos.

“É importante destacar a diferença entre as cólicas menstruais e a endometriose: cólica menstrual é um desconforto. No máximo, uma pequena dor, suportável. Uma dor difícil de suportar, que inviabiliza as atividades rotineiras da mulher, não é normal. É sinal de que é preciso buscar atendimento médico especializado”, alerta a ginecologista Mary Valente.

Os sintomas da doença são dor pélvica crônica, dor ao urinar ou evacuar, dor durante a relação sexual e uma razão comum para a infertilidade.

Não há causa conhecida de endometriose, mas existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas.

Com o acompanhamento ginecológico, é possível diagnosticar precocemente a endometriose, fazer logo o tratamento e não ter o sofrimento que o diagnóstico tardio pode significar.

A consulta com o ginecologista e o exame clínico são os primeiros passos, mas em casos iniciais as lesões são difíceis de diagnosticar, porque não apresentam alterações significativas nos exames de imagem. A percepção do médico ao conversar com a paciente é fundamental para o diagnóstico precoce e a busca pelo melhor tratamento, para evitar um sofrimento desnecessário.

O diagnóstico precoce é vital, pois em casos graves, com a demora pelo tratamento, a paciente pode ter obstruções intestinais, pulmões bloqueados e até danos a órgãos, à medida que as lesões no abdômen e pelve se expandem.

O tratamento da endometriose pode variar desde cuidados com o estilo de vida – o que inclui se alimentar e dormir bem e gerenciamento de estresse – até bloqueios hormonais com anticoncepcionais ou medicamentos mais específicos. Em alguns casos, a cirurgia é a melhor opção de tratamento.

Fonte: CTO